Todos os anos, a Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial) lança um balizador para quem trabalha com comunicação interna – a Pesquisa Tendências em Comunicação Interna – tomando como base empresas de diversos portes e segmentos em todo o país.

Consideramos essa pesquisa mais do que um documento. É, na verdade, a tradução das práticas e desafios vividos por comunicadores como nós.

Se você deseja usar a comunicação interna olhando para o que a norteia, tenha em mente os principais desafios para o ano que começou ontem, mas que está correndo a toda velocidade.

Os principia desafios da comunicação interna para 2022

  • Engajar as lideranças como comunicadores: 70%
  • Contribuir com a melhoria da experiência do colaborador na empresa: 58%
  • Gerenciar o excesso de informações: 55%
  • Comunicar a estratégia da empresa: 55%
  • Melhorar a mensuração das iniciativas de comunicação interna: 53%
  • Estruturar novo(s) canal(is) para os colaboradores: 27%
  • Promover uma melhor comunicação entre as áreas e as pessoas: 26%
  • Investir em tecnologia para tornar a comunicação mais horizontal: 22%
  • Montar um storytelling que guie a comunicação interna da empresa: 18%
  • Priorizar as narrativas da empresa: 15%
  • Melhorar a técnica com mensagens mais efetivas: 14%
  • Simplificar os canais de comunicação: 13%
  • Cortar custos: 5%

O que mais preocupa os profissionais de comunicação interna: 

Engajar as lideranças na comunicação interna

Segundo a pesquisa, engajar as lideranças como comunicadores aparece no topo da lista como o principal desafio para 70% das empresas pesquisadas. Porém, o mesmo estudo aponta que apenas 4% dos participantes dizem “gastar muito tempo” apoiando os gestores como comunicadores.

Caminhos de solução:

A análise de Medeiros Brum, no livro Endomarketing Estratégico, indica seis movimentos que podem ser realizados com o apoio do time de Comunicação Interna (CI). Dessa forma, isso para que o(a) líder assuma seu papel na comunicação dentro das companhias.

1. Eempoderamento e responsabilização

Eempoderar significa liberar e incentivar o poder que existe nas pessoas. Para que as lideranças estejam engajadas com o processo de comunicação é preciso distingui-las como profissionais-chave na organização, capazes de engajar suas equipes pelo conhecimento, experiência e pela abertura ao diálogo. Sendo assim, esse chamamento pode ser feito pela mensagem do presidente expondo quais são as expectativas da empresa e a responsabilidade de cada líder no processo da informação.

2. Treinamento do líder

Líderes podem ser engenheiros, advogados, médicos. Por isso, dar a essas pessoas as técnicas e estratégias para dominar a comunicação face a face por meio de treinamentos contínuos é o começo da jornada, mas não é o fim. Afinal, oferecer um módulo de comunicação dentro de um programa avançado de lideranças não resolve. Dessa forma, é preciso trabalhar sob medida, com técnicas e estratégias de comunicação para falar com o público interno e treinar de forma sistemática

3. Rituais de informação

A empresa deve assumir a responsabilidade de criar rituais de comunicação face a face para que as lideranças os coloquem em prática. Dessa forma, é importante que as lideranças tenham um dia determinado para as reuniões de gestão, que são as reuniões de trabalho realizadas para tocar a operação no dia a dia, e para as reuniões de informação, cujo objetivo é repassar as informações corporativas seguindo uma pauta fornecida pela empresa. Afinal, há ainda as reuniões de ouvidoria, que devem ocorrer de três a quatro vezes no ano para ouvir a equipe.

4. Instrumentação do líder

Para que os rituais de comunicação entre líder e equipe aconteçam, é necessário que a empresa instrumentalize o líder com as informações que ele deve repassar a sua equipe nas reuniões de informação. Sendo assim, o meio mais eficaz de se fazer isso é por meio de um documento Word ou PowerPoint com um ou vários assuntos apresentados em tópicos acompanhados de uma explicação. Afinal, cada líder poderá reunir outros temas sobre decisões e iniciativas da sua área que devam ser de conhecimento da equipe.

5. Monitoramento do processo

Monitorar a sistemática da comunicação líder/equipe não significa controlar a liderança, mas garantir que os encontros face a face sejam eficazes. Dessa forma, nas empresas pequenas, é possível acompanhar algumas reuniões para entender se a informação está chegando até a base como deveria. Sendo assim, nas empresas maiores, formulários enviados por e-mail às lideranças solicitando informações como data do encontro, hora, número de participantes, dúvidas levantadas e sugestões acolhidas são instrumentos importantes para balizar o trabalho da CI.

A comunicação líder/equipe, somada às demais ferramentas de endomarketing, contribuem para o fortalecimento da cultura e para que as pessoas sintam-se bem informadas.

Se esse é o seu desafio, fale com a gente.